6/18/08

Tirar a merda da cabeça

Ao meio dia acordamos. Ele não quer acordar. Ele fala que quer mais uma meia hora na cama e não quer ouvir o que quero dizer. Eu vou, não gosto desses dias que começam com uma cara de tô-nem-ai. Os surfistas de sofá querem ir embora. Ta difícil hoje, ressaca habitual da quarta feira. Falar em inglês é quase missão impossível, mas tem que tentar. Ciao ai, beijo aqui, abraço, voltem sempre, foi um prazer.
O que fazemos hoje? Compras? O Thomaz deixou o carro? Vou ver, porque para ele, tudo parece difícil hoje. A outra menina da casa chega na escada com cara de quem fez algo errado. O chuveiro quebrou... de novo! Agora, tomar banho só no quarto de baixo, no quarto do artista. Isso não vai ajuda-lo a se sentir melhor hoje, eu penso.
Compras então. Cadê a carteira dele? Cadê, cadê, cadê? Freak out total. Nem pensar em falar com ele que parece tudo ser culpa alheia. Mas na verdade eu sei. Eu sei que ele ta bravo com ele mesmo e que não consegue segurar a onda. Uma volta de casa, um olhar insistente para me falar de dar também a volta de casa. O faço. Nessas situações, é sempre mehor não tentar arrumar briga e ficar quietinha. Não vale a pena estragar ainda mais o dia. Mas nesses dias, eu sofro muito. Ele sabe também, mas finge que não. Eu morro de vontade de abraçar ele e de falar que vai ficar tudo bem e que não vale a pena estragar seu dia. Mas ele não deixa.
Bom, não tem carteira; não tem compras. Vamos do lado, comprar as coisas essenciais. Ele não quer ir, mas faz um esforço para mim... como se fosse uma tentativa de tirar a merda que todos temos de vez em quando na cabeça. Não consegue.
Episodio compras. Rápidas as compras. Sem falar.
Em casa de novo. Ele pega um caderninho de couro que pertence à outra menina. Magic! A carteira aparece. Fala que não procuramos muito bem. Eh... é verdade. Operação compras de volta no planning! Carro. Sem falar. Compras... o queija ta caro, a carne ta cara, não da para comprar um rodo aqui, se eles querem, eles compram e as mexericas estão podre. Pagar, guardar, voltar para casa. Sem falar. Eu chego a perguntar o porque desse silencio, mas ele não quer falar. Não sei, não sei, tô meio... nada mais.
Descarregar as compras, guardar, jogar fora as coisas estragadas, fazer espaço na geladeira, na pia, na dispensa. Sem falar. Só se contrariando, se incomodando, se perturbando um o outro. Suspiros. Muitos.
Cada um vai para seu lado. Ver as suas coisas no mundo virtual. Cada um no seu canto. Ele quer fazer torresmo. Ta tudo melhor parece. Ele achou um jeito de finalmente tirar essa merda da cabeça dele. O dia melhorou. Ta tudo bem agora. De novo ficamos bem. Nos dois.

10 comments:

Anonymous said...

...

(c'est vrai, qu'est-ce que je peux dire de plus ?)

Marioninha do Brasil said...

hehehe, bah dis moi si t'as tout compris...par exemple...

Anonymous said...

je crois bien que oui, c'est pour ça que je ne savais pas quoi dire de plus... Enfin heureusement que ça fini bien, parce qu'au début tu m'as fait peur !
Gros poutous à tous les 2
(et continue d'écrire tu tiens un bon rythme là !)

Bigode said...

Perdona-me anjo!

Anonymous said...

nuuuuuuuncaa!!! hehehehe

Anonymous said...

vous zêtes Meuuuugnooooons...
:p

Marioninha do Brasil said...

Ouais, je sais... ça fait un peu tarte, mais bon... c'esg l'amouououuour!

Filipa Gonçalves said...

Marioooooon,
era só para deixar um beijo enorme de PARABÉNS!!!! Bom São João ;)
Xi (L) de Braga****

Anonymous said...

Bon anniversaire Coupine de moi !!!
Gros poutous

Marioninha do Brasil said...

Merci!!!!